Na última sessão da Câmara de Vereadores de Bayeux, assistimos a mais um espetáculo vergonhoso da política local: vereadores exaltando a prefeita Tacyana Leitão e um deputado aliado como os "idealizadores" do Centro de Cultura que será implantado no município. A plateia, claro, era o povo — aquele mesmo que é tratado como massa de manobra, com memória curta e pouca informação.
O problema é que essa narrativa heroica não passa de ficção barata. O Centro de Cultura integra o CEU das Artes, uma ação do Governo Federal incluída no Novo PAC, anunciada desde 2023. O papel dos municípios nesse projeto é simples: disponibilizar o espaço físico. Só isso. Nem projeto arquitetônico a prefeitura precisou fazer.
E para quem ainda insiste em duvidar, a prova está registrada de forma objetiva e oficial: Bayeux consta na lista do Governo Federal como “Seleção 2023 – CEU da Cultura, Obra”, junto com outras cidades paraibanas como Cabedelo e Campina Grande (imagem abaixo). Ou seja, é uma política pública federal, com nome, número e data.
Enquanto Brasília define políticas públicas estruturantes e distribui investimentos, Bayeux ensaia um teatro político onde os protagonistas tentam arrancar aplausos com o que nem escreveram. Não bastasse isso, há atrasos inclusive na definição do local, que seria o CEFOR. A burocracia emperra até o mínimo que a prefeitura precisava entregar.
É preciso ter coragem — ou desrespeito total à inteligência da população — para transformar uma adesão a um programa federal em bandeira eleitoral. Se isso é gestão, o que seria omissão?
Fica o alerta ao cidadão: quando os fatos não servem, fabricam-se versões. E Bayeux, mais uma vez, vira palco de um drama político em que a verdade é a primeira a ser assassinada
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