Em Carta, lucenense diz ser “cabra marcado pra morrer”, por fazer denúncias contra mau uso do dinheiro público

 O lucenense Matias, conhecido em toda cidade de Lucena pelas constantes denúncias contra a má administração pública, seja na gestão municipal e/ou no Poder Legislativo local, escreveu “Carta Publica” se dizendo ser um “cabra marcado pra morrer”.

Só está semana, segundo o próprio, foram 5 ameaças de morte, todas elas feitas através de telefones com prefixo da Paraíba (083) que já estão sendo investigados pela polícia.

As ameaças, conforme ele são devidas as denúncias de mau uso do dinheiro público em benefício próprio ou outros tipos de privilégio contra gestor e vereadores.

BLOG DO MARCOS LIMA reproduz na íntegra a “Carta Pública” do corajoso lucenense que está convicto de que pode ser morto a qualquer momento.

Eis a Carta:

Amigos, eu sei que não vou conseguir ir muito longe nas denúncias em Lucena…
Só que, a parada tá ficando seria.

Olha, quando você recebe UMA ameaça de morte, tudo bem. Sentir aquele negócio todo. Eu entendo.

Agora, quando a sua vida é praticamente sob a sombra de ameaça, você aprende alguma coisa.

Eu sou ameaçado por gente de Lucena todo dia.
Hoje, 9 de junho, recebi mais uma.
Já são 5. Só está semana.

Como é comum, são ddds 083. Todo dia. Printamos tudo, vamos entregar a polícia.

Toda vez que uma pessoa me ameaça, a impressão que eu tenho é que eles NÃO SUPORTAM SABER QUE NÓS ESTAMOS VIVOS depois de TUDO que eles nos fizeram.

Aprendi o simples: eu vou morrer, queridos. Mais dia, menos dia. Se não for por pessoas da extrema política de Lucena, será de infarto pelas ligações da minha mãe pra mim. Como fez hoje.

Mas morrer, é o fim de todos. A meta, eu diria, até. Porque, eta mundo cansativo.

Eu aprendi também que vou viver o agora. Mas, assim, vou viver o agora pra caralho. Tudo que eu viver será sempre intenso. Porque diferente de você, não vivo mais a ilusão de que a vida dura pra sempre.

Eu sou um cabra marcado pra morrer.
Vou beber a vida com a sede de 10 cachaceiros, comer a vida com a fome de 8 cortador de cana, que estam a trabalhar na estrada do caboclo.

Quando a morte vier, ela vai me fazer reverência. Dizer: Matias, olha, todo mundo do outro lado quer te conhecer. Eu até troquei de roupa pra vir te buscar.

Porque uma coisa é quem me mata, mero veículo de um estado pra outro, e a História vai guardar meu nome. Outra coisa é a Morte, que está a cada dia mais animada em saber que um dia ela vai estar na minha agenda. Na minha.

Ela vai se reunir comigo, e vamos olhar nos olhos.
Vai ser uma grande honra pra ela me levar.
Porque eu vivi. Eu gastei a vida. Sequei a fonte.
A Morte respeita quem queima a vida até a última ponta.

Viver o hoje.
Fodace o resto.

Mas enquanto viver, viver sem medo.
É o único caminho possível.

Porque não é sobre o mal que fazem contigo, mas sobre o que você faz com o mal que fizeram contigo.

Não é sobre ameaça.
Mas sobre o que eu faço com elas.
E eu tiro meus sapatos,
Abro os braços,
Fecho os olhos,
E danço.

Boa tarde, Lucena…
Eu sou Marcílio Matias.

BLOG DO MARCOS LIMA

Postar um comentário

0 Comentários