
O Hospital Materno Infantil João Marsicano, única referência pública para gestantes em Bayeux, completa um ano de portas fechadas sem previsão oficial de reabertura. Desde outubro de 2024, quando foi interditado após denúncias de irregularidades, a unidade continua sem atender partos e internações, deixando centenas de famílias dependentes de maternidades em João Pessoa e em outros municípios.
O motivo do fechamento
A suspensão das atividades ocorreu após fiscalizações do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e da Vigilância Sanitária Estadual (Agevisa), que identificaram problemas graves: almoxarifado e lavanderia sem condições de funcionamento, bloco cirúrgico irregular e risco à saúde de pacientes e profissionais. Diante do cenário, o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) decretou a interdição ética dos médicos que atuavam na unidade, restringindo o funcionamento apenas a casos de partos em fase final.
Com o impasse, o CRM-PB prorrogou a interdição em abril deste ano, reforçando que a medida “não é punitiva, mas protetiva”. O Conselho alegou que as condições estruturais ainda não ofereciam segurança mínima para o retorno dos atendimentos.
Em agosto, a Prefeitura de Bayeux anunciou contratação emergencial para readequação das instalações elétricas do hospital. O processo, publicado no Diário Oficial e no Painel Nacional de Contratações Públicas (PNCP), incluiu projeto, cronograma e planilha de custos. Apesar disso, nenhum prazo oficial de entrega ou data de reabertura foi divulgado.
Impacto direto na população
O fechamento prolongado tem causado sobrecarga nas maternidades de João Pessoa e dificultado o acesso de gestantes de Bayeux a serviços básicos de saúde materna. Ambulâncias do SAMU e unidades de referência da capital passaram a absorver a demanda, aumentando o tempo de deslocamento e o risco em casos de urgência.
Linha do tempo da crise
• 2018 — Coren-PB já registrava problemas sérios na unidade e condicionava o atendimento a regularizações.
• Janeiro/2024 — Após uma interdição anterior, houve retomada parcial dos serviços com autorização do CRM-PB.
• Outubro/2024 — Nova inspeção aponta falhas graves; hospital é novamente interditado.
• Abril/2025 — CRM-PB prorroga interdição ética por ausência de melhorias estruturais.
• Agosto/2025 — Prefeitura anuncia contratação emergencial para reforma elétrica, mas sem previsão de conclusão.
O que vem pela frente
Para voltar a funcionar, o hospital precisa concluir as obras, regularizar a parte elétrica, restaurar lavanderia e bloco cirúrgico, além de passar por nova inspeção sanitária e do CRM-PB. Enquanto isso, a população de Bayeux segue sem maternidade própria, dependendo do acolhimento de outras cidades.
Nota da redação: A reportagem procurou a Prefeitura de Bayeux e o CRM-PB. Segundo a Prefeitura, um novo prazo foi dado para conclusão das obras, e até o final de outubro o Hospital deverá voltar a funcionar.
SB
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